segunda-feira, 8 de maio de 2017

Primeira postagem: As Pastorinhas

Em entrevista ao jornalista Sérgio Cabral, o próprio João de Barro conta como se desenrolaram os eventos que levaram à consagração desta joia da MPB. Em 1934 Noel Rosa e Braguinha compuseram, no Café Papagaio (que ficava na Rua Gonçalves Dias, Largo da Carioca) a marcha Linda Pequena, gravada por João Petra de Barros, em 08 de dezembro de 1934, na Odeon. A canção ficou guardada na gravadora e foi lançada somente no carnaval de 1936, sem grande sucesso (há especulações sobre a razão da música ter ficado guardada - é possível que a gravadora tenha identificado a canção como mais natalina, reservando-a para o natal do ano seguinte). Após a morte de Noel (em maio de1937), Braguinha decidiu regravar a marcha. Para isso, fez pequenas alterações na letra e mudou o título para Pastorinhas (em algumas publicações aparece com a inclusão do artigo "As"), gravada em 13 de dezembro de 1937, por Silvio Caldas, na Odeon, e lançada num concurso de marchas para o carnaval de 1938 (ler fontes 1, 2, 3, 4). A canção venceu o concurso e estava aí um dos maiores sucessos da música brasileira, mantendo-se até hoje, 80 anos depois, no repertório carnavalesco.

LINDA PEQUENA
                              Noel Rosa/Braguinha (1934)
                              Gravação: João Petra de Barros (1934)

A estrela d'alva no céu desponta
E a lua anda tonta com tamanho esplendor
E as moreninhas, pra consolo da lua,
vão cantando na rua lindos versos de amor

Linda pequena, pequena, que tens a cor morena
Tu não tens pena de mim
que vivo tonto com o teu olhar
Linda criança, tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
de sempre e sempre te amar

Abaixo, a gravação de João Petra de Barros, de dezembro de 1934, acompanhado por músicos da Orquestra Odeon.


                           

AS PASTORINHAS
                          Noel Rosa/Braguinha (1934-37)
                          Gravação: Silvio Caldas (1937)

A estrela d'alva no céu desponta
E a lua anda tonta com tamanho esplendor
E as pastorinhas, pra consolo da lua,
vão cantando na rua lindos versos de amor

Linda pastora, morena, da cor de Madalena
Tu não tens pena de mim
que vivo tonto com o teu olhar
Linda criança, tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
de sempre e sempre te amar

Abaixo, a gravação de Silvio Caldas, em 1937, acompanhado por Napoleão Tavares e seus Soldados Musicais.


                                        


1. http://www.toque-musicall.com/?cat=1075
2. http://qualdelas.com.br/pastorinhas/
3. http://jornalggn.com.br/blog/lucianohortencio/a-historia-de-pastorinhas-contada-por-joao-de-barro
4. https://books.google.com.br/books?id=aia5DAAAQBAJ&pg=PT62&lpg=PT62&dq=em+entrevista+jo%C3%A3o+de+barro+conta+a+historia+de+as+pastorinhas&source=bl&ots=Hv9hKUss11&sig=lpKKnNq5ZMc9ZXFikK1SOBGBJDM&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiMiq-w9uHTAhXDKyYKHaNcDsUQ6AEIOTAD#v=onepage&q=em%20entrevista%20jo%C3%A3o%20de%20barro%20conta%20a%20historia%20de%20as%20pastorinhas&f=false 
5.  http://www.ideacaffe.com/cafe/as-cafeterias.html